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Vendas no varejo crescem 0,1% em abril ante março, diz IBGE; consenso Refinitiv esperava alta de 0,3%

14, junho 2023
varejo

Na comparação com abril de 2022, houve crescimento de 0,5%; no indicador acumulado nos últimos 12 meses, a alta foi de 0,9%

O volume de vendas do comércio varejista no Brasil cresceu 0,1% em abril na comparação com março, informou nesta quarta-feira (14) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com abril de 2022, houve crescimento de 0,5%, o que representou o 9º resultado positivo consecutivo do índice. Já no indicador acumulado nos últimos 12 meses, a alta foi de 0,9%.

O desempenho de abril foi menor que o esperado pelo mercado, uma vez que o consenso Refinitiv projetava alta de 0,3% na base mensal. A previsão na comparação anual era de uma elevação de 0,95%.

O dado positivo próximo da estabilidade em abril no comércio varejista brasileiro representou o quarto resultado mensal seguido sem variações negativas: 3,8% em janeiro, 0,0% em fevereiro, 0,8% em março e 0,1% em abril.

Com isso, o patamar da série histórica ajustada sazonalmente se encontra 4,7% acima do mínimo, que foi atingido em dezembro de 2022.

De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o resultado da atividade em abril está ligado principalmente às vendas da Páscoa.  Ele explicou em nota que, antes da pandemia, os resultados das vendas da Páscoa no varejo apareciam sobretudo em abril. Nos anos subsequentes, os ovos começaram a ser vendidos muito antes, em janeiro, e essas vendas eram diluídas ao longo desses meses. “Neste ano, houve uma volta ao padrão de antes, e o resultado forte das vendas da Páscoa puxou o setor de hiper e supermercados”, comparou

Das oito atividades analisadas pela pesquisa, apenas três tiveram resultados positivos em abril: Hiper, supermercados, produtos  alimentícios, bebidas e fumo (3,2%), Livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,3%).

O setor de hiper e supermercados, o de maior peso entre as atividades, teve a maior influência positiva no mês. Foi o maior crescimento do setor desde março de 2020 (10,5%).

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e materiais de construção, o volume de vendas caiu 1,6% na série com ajuste sazonal. A média móvel trimestral ficou em 1,3%.

Na série sem ajuste sazonal, o varejo ampliado cresceu 3,1%, acumulando no ano alta de 3,3% ante o mesmo período de 2022 e mantendo estabilidade (0,0) no acumulado em 12 meses.

No comércio varejista ampliado, o volume de vendas de Veículos e motos, partes e peças caiu 5,9%, enquanto Material de Construção recuou 0,8% na passagem de março para abril de 2023.

Comparação com abril de 2022

Em relação a abril de 2022, o comércio varejista mostrou taxas negativas em cinco das oito atividades: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-18,0%), Tecidos, vestuário e calçados (-11,0%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-5,7%) e Móveis e eletrodomésticos (-2,4%).

As três atividades que avançaram foram: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,0%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,1%) e Combustíveis e lubrificantes (8,7%).

No comércio varejista ampliado, Veículos e motos, partes e peças caiu 1,9% e Material de Construção recuou 7,6% entre abril de 2022 e abril de 2023. Já as vendas no Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceram 14,5% em relação a abril de 2022.

Bimestre

No bimestre encerrado em abril, na comparação com o mesmo bimestre de 2022, o comércio varejista registrou crescimento de 1,9%, a quarta taxa positiva consecutiva (3,0% no quinto bimestre de 2022, 0,9% no sexto e 2,0% no primeiro de 2023).

Quatro atividades acompanharam o crescimento do indicador global e fecharam o bimestre com resultados no campo positivo: Combustíveis e lubrificantes (11,5%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (5,1%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumos (3,8%) e Móveis e eletrodomésticos (0,2%).

Por outro lado, quatro atividades fecharam o bimestre com taxas negativas: Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-0,4%), Livros, jornais, revistas e artigos de papelaria (-7,0%), Tecidos, vestuário e calçados (-9,2%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-15,2%).

No varejo ampliado, o resultado para o segundo bimestre de 2023 foi de 6,0%, que é o segundo no campo positivo (0,3% no primeiro bimestre de 2023). Em termos setoriais, ainda para o varejo ampliado, Veículos, motos, partes e peças apresentou crescimento de 4,7%, Material de construção fechou com queda de 6,2% e Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo teve resultado de 9,5%.

Estados

Em abril ante março, o comércio varejista teve resultados positivos em 16 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Paraíba (3,6%), Pernambuco (2,3%) e Distrito Federal (2,0%). Por outro lado, houve resultados negativos em 11 estados, destacando-se Espírito Santo (-4,3%), Amapá (-1,2%) e Paraná (-1,1%).

Na mesma comparação, o comércio varejista ampliado teve resultados negativos em 17 das 27 UFs, com destaque para Mato Grosso do Sul (-7,3%), Rondônia (-5,1%) e Paraná (-5,1%). Por outro lado, pressionando positivamente, figuram 10 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Bahia (4,8%), Minas Gerais (4,0%) e Maranhão (3,5%).

Ante abril de 2022, o comércio varejista teve resultados positivos em 17 das 27 UFs, com destaque para Tocantins (12,2%), Roraima (10,7%) e Alagoas (8,7%).

Por outro lado, houve recuos em 10 das Unidades da Federação, com destaque para: Rio Grande do Norte (-7,1%), Rio Grande do Sul (-2,4%) e Goiás (-2,3%).

Considerando o comércio varejista ampliado, a variação entre abril de 2023 e abril de 2022 mostrou um aumento de 3,1%, com resultados positivos em 19 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Tocantins (24,6%), Acre (15,7%) e Bahia (11,4%).

Por outro lado, pressionando negativamente, figuram oito das 27 Unidades da Federação, com destaque para Mato Grosso do Sul (-12,0%), Ceará (-8,5%) e Rio Grande do Norte (-7,8%).

Fonte: InfoMoney