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Tebet diz que PIB foi 'notícia boa' e volta a cobrar redução da taxa de juros pelo Banco Central

2, março 2023

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atividade econômica brasileira avançou 2,9% em 2022. Entretanto, foi registrada uma desaceleração no segundo semestre. Simone Tebet, ministra do Planejamento
Adriano Machado/Reuters
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, avaliou como “notícia boa” a divulgação do crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a atividade econômica brasileira avançou 2,9% no ano passado, puxada pelo setor de serviços. A expansão foi menor do que a de 5% registrada em 2021.
Além disso, no segundo semestre do ano passado foi registrada uma desaceleração gradual.
Em entrevista no Palácio do Planalto, Simone Tebet afirmou que o governo está “fazendo o dever de casa” e voltou a pedir um “gesto” do Banco Central em relação à taxa de juros, que está em patamar elevado no país.
“Acho que a notícia [do avanço do PIB] foi boa. […]. Não queremos nenhuma generosidade [do Banco Central], mas um gesto positivo, a favor do Brasil, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária [do Banco Central] (Copom)”, disse.
Em nota, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda atribuiu o que chamou de desaceleração “acentuada” do PIB, na comparação entre 2022 e 2021, aos juros altos e ao ingresso menor de recursos do exterior no país.
A taxa básica de juros (Selic), definida pelo Copom, começou 2022 em 9,25% ao ano e terminou em 13,75% — o maior nível em mais de seis anos. O patamar foi mantido na primeira reunião do Copom neste ano.
Além de Tebet, outros integrantes do governo têm pedido a diminuição da Selic pelo Banco Central. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já fez declarações públicas nesse sentido.
No governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é quem tem feito as críticas mais pesadas ao BC e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
Lula já falou:
que a independência do BC é “bobagem”, e reforçou que Henrique Meirelles teve autonomia em seu governo anterior mesmo antes da lei;
que a meta de inflação do país, de 3,75%, obriga a “arrochar” a economia brasileira em momento que precisa voltar a crescer;
que iria esperar “esse cidadão”, Campos Neto, terminar o mandato para “fazermos uma avaliação do que significou o Banco Central independente”;
que Campos Neto quer chegar a uma inflação “padrão europeu”, mas que é necessário chegar à inflação “padrão Brasil”;
que o Brasil tem “cultura” de juros altos, e que o patamar de juros e o comunicado do BC são uma “vergonha”.
A expectativa do mercado financeiro é de que a taxa de juros comece a recuar somente em setembro deste ano, quando passaria para 13,5% ao ano. A projeção é de que a Selic termine 2023 em 12,5% ao ano.
Para definir o nível dos juros, o Banco Central se baseia no sistema de metas de inflação. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir o juro básico da economia.

Fonte: G1