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Saiba o que são fertilizantes organominerais e orgânicos

12, abril 2023
adubo

Estes tipos de adubos são uma alternativa aos fertilizantes químicos. Apesar de ser um grande produtor agrícola, o Brasil depende de outros países para fabricar os insumos.

O Brasil é um grande produtor agrícola, mas o fertilizante, um dos importantes insumos do setor, vem em maior parte do exterior, deixando o país dependente de preços e de políticas internacionais.

Ainda em 2022, o governo de Jair Bolsonaro lançou o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), que vai definir um caminho para o Brasil diminuir a dependência de fora até 2050. O governo Lula pretende dar continuidade a ele.

Uma alternativa aos produtos químicos é o uso de fertilizantes organominerais e orgânicos, também considerados mais sustentáveis.

Atualmente, os fertilizantes organominerais sólidos para a aplicação no solo representam 5% do total utilizado pelo agronegócio brasileiro, enquanto os orgânicos sólidos, 1,6%, apontam dados da Associação Brasileira das Indústrias em Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo).

Estes tipos de adubos são bastantes usados na produção de hortaliças e frutas. Os organominerais são cada vez mais adotados nas culturas da soja, do café e da cana-de-açúcar, já os orgânicos no cultivo de cana-de-açúcar e de frutas, diz Clorialdo Roberto Levrero, presidente do conselho deliberativo da Abisolo.

Na comparação com os fertilizantes químicos, em muitos casos, os organominerais e orgânicos podem acabar saindo mais caros para o agricultor. Mas, devido às variedades de formulações, isso não é uma regra, explica.

Porém, mesmo com eles, a produção agrícola deve continuar dependendo da aplicação de fertilizantes químicos, acredita Sérgio Pavinato, professor no departamento de Ciência do Solo, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).

  • Saiba se o Brasil pode deixar de ser dependente do exterior para a compra de fertilizantes

Tipos de adubos biológicos e orgânicos

  • Fertilizantes organominerais: são a junção dos fertilizantes minerais e orgânicos em um produto;
  • Fertilizantes orgânicos e condicionadores de solo: eficazes na melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo, além de fornecerem macro e micronutrientes;
  • Fertilizantes minerais “especiais”, de liberação lenta e controlada: são reconhecidos pela sua maior eficiência quando comparados aos tradicionais e podem conter macro e micronutrientes em sua composição.

Mesmo com essas práticas, a produção agrícola continuará dependendo da aplicação de fertilizantes químicos, ressalta Pavinato.

“O que esses microrganismos podem fazer é aumentar a eficiência, melhorar o uso desses fertilizantes. Então, talvez, ao longo do tempo poderia se reduzir um pouco o consumo, mas nós nunca vamos zerar, é impossível”, diz.

O uso na prática

Um exemplo é o uso do hidrogênio verde, que é o produzido com eletricidade de fontes de energias limpas e renováveis, como de matriz hidrelétrica, eólica e solar. Ele é criado da decomposição de um composto por meio da passagem de uma corrente elétrica em uma solução.

Ele é mais caro do que o fertilizante comum, já que o custo de produção é cerca de 10 vezes maior.

Há também as microalgas, que ajudam a diminuir os gases de efeito estufa gerados pela produção e elevam a eficiência dos fertilizantes consumidos – ou seja, é preciso menos fertilizante para ter a mesma produtividade agrícola.

As microalgas são cultivadas industrialmente usando uma solução com nutrientes em tanques ou em fotobioreatores, que utilizam uma fonte de luz.

Atualmente, existem fábricas que utilizam lodo de resíduos de tratamentos de esgoto para fabricar adubos. Outras utilizam resíduos de indústrias de alimentos para fazer compostagem (processo de reciclagem do lixo orgânico) e, desse modo, produzir fertilizantes, explica Levrero.