'Reoneração de combustíveis é decisão acertadíssima', diz Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central
2, março 2023
Para o economista, aplicar uma alíquota diferenciada para o etanol é acerto duplo, já que se trata de um combustível não fóssil e ‘muito menos poluente’. ‘Acho que é uma decisão acertadíssima’, diz economista sobre a reoneração dos combustíveis
O ex-presidente do Banco Central do Brasil e diretor-presidente da Tendências Consultoria, Gustavo Loyola, declarou, em entrevista à GloboNews na última terça-feira (28), que a retomada da cobrança dos impostos sobre combustíveis é “uma decisão acertadíssima” do Ministério da Fazenda.
“Acho que é uma decisão acertadíssima. Não apenas porque não há espaço fiscal [para manter a suspensão da tributação]. Seria [em caso contrário] uma sinalização negativa do ponto de vista do compromisso do governo com o resultado fiscal menos negativo este ano. Então, foi positivo por isso”, afirmou Loyola.
“Também foi positivo porque estamos tratando de combustível fóssil e, realmente, não faz muito sentido ter incentivo ao consumo desse combustível, principalmente para o transporte individual”, continuou, em entrevista ao GloboNews Em Ponto.
Para Loyola, aplicar uma alíquota diferenciada para o etanol é acerto duplo, já que se trata de um combustível não fóssil e “muito menos poluente”. “O Brasil tem essa vantagem e a gente tem de se aproveitar dela.”
Na avaliação do economista, que presidiu o Banco Central em dois períodos diferentes – ao longo dos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso –, a perspectiva para a economia brasileira em 2023 “não é de crise”, mas de atividade “desaquecida”.
“De fato, este ano o crescimento vai ser menor. Isso em função de vários fatores: menor crescimento global, taxas de juros no Brasil mais altas, política monetária restritiva. No ano passado, a economia ainda foi beneficiada pelos efeitos da reabertura pós-Covid, principalmente no setor de serviços”, continuou Loyola.
O ex-presidente do BC ressaltou que, em 2023, esse processo de reabertura não estará presente. Para ele, o crescimento deve ficar na casa do 0,9% neste ano, “no máximo 1%”.
“O BC não tem espaço para reduzir juros. Isso é um fator que deve manter a economia mais desaquecida. Não vamos ter um ano de crise, mas um ano de baixo crescimento da economia brasileira”, disse Loyola.
Reforma tributária
‘A reforma tributária é fundamental para acelerar o crescimento econômico’, diz ex-presidente do Banco Central
O economista comentou também a expectativa para a votação da reforma tributária e seus reflexos sobre o consumo, uma das principais metas para 2023 da equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
“A reforma tributária é fundamental para acelerar o crescimento econômico. Se bem feita, ela vai reduzir os custos para as empresas operarem no Brasil e vai favorecer os investimentos e o crescimento econômico”, disse.
“É claro que é uma tarefa complexa. Tem vários interesses sobre o tema, que são muitas vezes contraditórios entre si. Mas o Congresso precisa trabalhar duro junto com o Executivo nessa reforma, porque terá um efeito muito expressivo sobre o crescimento da produtividade e, portanto, o crescimento do PIB do Brasil nos próximos anos. É uma agenda prioritária para o país”, concluiu o ex-BC.
O ex-presidente do Banco Central do Brasil e diretor-presidente da Tendências Consultoria, Gustavo Loyola, declarou, em entrevista à GloboNews na última terça-feira (28), que a retomada da cobrança dos impostos sobre combustíveis é “uma decisão acertadíssima” do Ministério da Fazenda.
“Acho que é uma decisão acertadíssima. Não apenas porque não há espaço fiscal [para manter a suspensão da tributação]. Seria [em caso contrário] uma sinalização negativa do ponto de vista do compromisso do governo com o resultado fiscal menos negativo este ano. Então, foi positivo por isso”, afirmou Loyola.
“Também foi positivo porque estamos tratando de combustível fóssil e, realmente, não faz muito sentido ter incentivo ao consumo desse combustível, principalmente para o transporte individual”, continuou, em entrevista ao GloboNews Em Ponto.
Para Loyola, aplicar uma alíquota diferenciada para o etanol é acerto duplo, já que se trata de um combustível não fóssil e “muito menos poluente”. “O Brasil tem essa vantagem e a gente tem de se aproveitar dela.”
Na avaliação do economista, que presidiu o Banco Central em dois períodos diferentes – ao longo dos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso –, a perspectiva para a economia brasileira em 2023 “não é de crise”, mas de atividade “desaquecida”.
“De fato, este ano o crescimento vai ser menor. Isso em função de vários fatores: menor crescimento global, taxas de juros no Brasil mais altas, política monetária restritiva. No ano passado, a economia ainda foi beneficiada pelos efeitos da reabertura pós-Covid, principalmente no setor de serviços”, continuou Loyola.
O ex-presidente do BC ressaltou que, em 2023, esse processo de reabertura não estará presente. Para ele, o crescimento deve ficar na casa do 0,9% neste ano, “no máximo 1%”.
“O BC não tem espaço para reduzir juros. Isso é um fator que deve manter a economia mais desaquecida. Não vamos ter um ano de crise, mas um ano de baixo crescimento da economia brasileira”, disse Loyola.
Reforma tributária
‘A reforma tributária é fundamental para acelerar o crescimento econômico’, diz ex-presidente do Banco Central
O economista comentou também a expectativa para a votação da reforma tributária e seus reflexos sobre o consumo, uma das principais metas para 2023 da equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
“A reforma tributária é fundamental para acelerar o crescimento econômico. Se bem feita, ela vai reduzir os custos para as empresas operarem no Brasil e vai favorecer os investimentos e o crescimento econômico”, disse.
“É claro que é uma tarefa complexa. Tem vários interesses sobre o tema, que são muitas vezes contraditórios entre si. Mas o Congresso precisa trabalhar duro junto com o Executivo nessa reforma, porque terá um efeito muito expressivo sobre o crescimento da produtividade e, portanto, o crescimento do PIB do Brasil nos próximos anos. É uma agenda prioritária para o país”, concluiu o ex-BC.
Fonte: G1