Produtores de atum artesanal do ES ganham selo para vender conserva em todo o país
Fábrica familiar fica em Itapemirim, na Região Sul, onde fica o maior terminal pesqueiro do estado.
O maior terminal pesqueiro do Espírito Santo fica localizado na cidade de Itapemirim, na Região Sul. É na mesma cidade, em Itaipava, que fica a fábrica de atum artesanal em conserva da produtora Márcia Araújo. Recentemente, o negócio da família alcançou um novo status com a conquista do Selo Arte do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Idaf/ES). A certificação não só garante que o produto foi feito de forma artesanal, mas também permite a expansão das vendas para todo o país.
Márcia contou que, semanalmente, cerca de uma tonelada de atum é recebida na empresa, mas no começo, em 2018, ela o marido vendiam as conservas apenas para amigos e conhecidos.
“A gente começou nessa pegada de fazer pros amigos e as pessoas amavam e sempre pediam. Em 2018, meu esposo teve a ideia: ‘vamos fazer isso num potinho pra ver como vai ser?’. Era uma delícia! As pessoas sempre pediam, pediam e a gente falou: ‘opa, tá na hora pensar em regularizar'”, contou Márcia.
Regularização do negócio
Em 2019, Márcia e o marido decidiram, então, se regularizar e procuraram o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Idaf). Em 2020, a agroindústria artesanal passou a produzir três tipos de conservas do peixe.
Depois de um período de um ano e meio de adaptação e regularização, a agroindústria familiar obteve o Selo de Inspeção Estadual, que permite a venda dos produtos em todo o território capixaba.
“Ficamos um ano e meio até ter o nosso certificado. É algo que demora. É todo um trabalho. Adaptei processos, não a receita, mas a forma de manusear [o produto]. Assim, nós conseguimos”, contou Márcia.
Atualmente, cinco pessoas trabalham na indústria da família e o atum processado por eles é consumido por clientes e estudantes de nove cidades do Espírito Santo.
Este ano, além do selo estadual, a empresa ganhou o selo Arte do Idaf e, agora, pode vender o produto artesanal para todas as regiões do país.
Fabiano Fiuza, médico veterinário e gerente de Agroindústria de Pequeno Porte e coordenador do Programa Estadual para concessão do Selo Arte, explicou que a certificação confirma a característica de artesania do produto e algumas outras características, como o manuseio do produto, que são pontos levados em consideração na hora de fornecer a certificação à empresa.
“A gente olha muito o aspecto manual da produção. Se aquele produto é feito de forma manual, com poucas pessoas que manipulam o alimento, se ele mantém as tradições e as culturas do local, a receita própria ou uma receita que vem sendo passada de geração pra geração. Isso tudo são características que dão essa artesania ao produto. Além de você agregar valor ao produto, você tem essa condição de vender pra qualquer lugar do país”, disse.
Com a autorização de venda no Brasil inteiro, Márcia aumentou a capacidade de produção para até quatro toneladas por mês na expectativa de receber novas encomendas de outros estados brasileiros.
“Isso é muito gostoso porque você chega na praia e você vê os barcos vindo pra cá. Então, você sabe que aquele atum que está naquele barco ali, o pescador que foi lá e pescou, está sendo representado”, disse a produtora.
O objetivo de Márcia agora é levar seu produto e o nome de sua cidade para todo o país.
“A gente está levando o nome do nosso amado Itapemirim para o Brasil. Isso é muito gostoso você saber de onde veio o pescado, como ele foi produzido, processado. A gente entra beneficiando e levando para o Brasil inteiro. Olha que delícia!”, disse Márcia.
Selo Arte
No Espírito Santo, atualmente, 75 produtos contam com o Selo Arte em 25 estabelecimentos dos municípios de Domingos Martins, Itapemirim, Jaguaré, Montanha, São Mateus e Venda Nova do Imigrante.
De acordo com o Idaf, o Selo Arte é um certificado que assegura que o produto alimentício de origem animal foi elaborado de forma artesanal, com receita e processo que apresentem características próprias, tradicionais, regionais ou culturais.
Estabelecimentos que comercializam produtos lácteos, cárneos, pescados e seus derivados e produtos de abelhas podem receber o selo que ainda permite a comercialização em território nacional.
Para que o produto receba o Selo Arte, o estabelecimento precisa estar registrado em algum Serviço de Inspeção Oficial, seja municipal, estadual ou federal. Mais informações podem ser obtidas no site do Idaf.
Fonte: G1