Mutirão de cirurgia plástica atenderá vítimas de violência doméstica
A iniciativa é direcionada a mulheres e crianças com sequelas de agressões
Um mutirão com cirurgiões plásticos vai atender mulheres e crianças que sofreram violência doméstica e ficaram com alguma sequela no corpo. A iniciativa é encabeçada pela Fundação Instituto para Desenvolvimento do Ensino e Ação Humanitária e será oficializada nesta quinta-feira, no Tribunal de Justiça.
O Judiciário é o parceiro porque as vítimas serão identificadas pelas varas que cuidam de processos envolvendo violência doméstica. Iniciativa semelhante já foi firmada em Goiás e Distrito Federal e em outros cinco estados já há articulação avançada com a fundação, que é ligada à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Representando a Fundação, o cirurgião Luciano Chaves Wagner explica que, de início, serão identificadas as mulheres e crianças, que passarão por triagem e, com médicos voluntários, será feito um mutirão de cirurgias reparadoras. Ele aponta que há muitas situações de sequelas e mutilações importantes.
Com o passar do tempo, surgindo novos casos, um ambulatório fará os encaminhamentos. Presidente da Sociedade Brasileira no Estado, o cirurgião César Benavides, informou que em Mato Grosso do Sul há cerca de cem cirurgiões plásticos, muitos já atuam em cirurgias reparadoras na rede pública, exemplificando a Santa Casa e o Hospital Regional como instituições credenciadas ao SUS (Sistema Único de Saúde) para os procedimentos. Formalizado o convênio com o TJ, ele explica que médicos da rede pública e também atuantes em hospitais privados irão se voluntariar.
Ele explicou que isso já ocorreu anteriormente em ações para pessoas com câncer, como exemplo de pele e mama, e também pacientes com sequelas de queimaduras. Benavides destacou a importância de levar o serviço especializado com profissionais que, muitas vezes, as pessoas não conseguiriam acesso na rede pública.
Lei aprovada em 2015, de Nº 13.239, determina a oferta da cirurgia reparadora para mulheres com sequelas de violência doméstica. Pelo texto, elas devem ser realizadas na rede pública ou em hospitais conveniados. Por ocasião de atendimentos, os profissionais de saúde devem informar às vítimas sobre a oferta do serviço. Para ter acesso, as mulheres deverão apresentar registro de boletim de ocorrência.
Fonte: Campo Grande News