Ibovespa opera em baixa, puxada por Vale e grandes bancos
16, janeiro 2023
Na última sexta-feira, o principal índice da bolsa de valores de São Paulo caiu 0,84%, a 110.916 pontos. Ibovespa
Freepik
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em baixa nesta segunda-feira (16), puxado pela queda nas ações da Vale e de grandes bancos. O dia deve ter um movimento menos intenso nos negócios por conta do feriado do Dia de Martin Luther King Jr. nos Estados Unidos, o que reduz a liquidez dos mercados acionários em nível global.
Por aqui, investidores seguem de olho no caso Americanas, que na última semana anunciou um rombo de cerca de R$ 20 bilhões, e repercutem a divulgação de mais uma edição do Boletim Focus do Banco Central, que elevou as projeções para a inflação de 2023 pela quinta semana consecutiva.
Às 12h33, o índice caía 1,43%, aos 109.334 pontos. Veja mais cotações.
No mesmo período, as ações da Vale recuavam 2,50%, assim como outras exportadoras de minério de ferro, que acompanham a desvalorização da commodity no exterior. Grandes bancos também vivem um dia de baixas, com Bradesco caindo cerca de 2,27% nos papéis preferenciais (sem direito a voto).
Na última sexta-feira, o Ibovespa recuou 0,84%, a 110.916 pontos. Com o resultado, o índice passou a acumular alta de 1,08% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
A semana começou com poucos indicadores econômicos no radar dos investidores. No Brasil, o único destaque do dia é o Boletim Focus, relatório do Banco Central do Brasil que reúne as médias das projeções de economistas para os principais indicadores do país.
Na edição desta semana do relatório, os economistas elevaram a estimativa de inflação de 2023 de 5,36% para 5,39%. Foi a quinta alta consecutiva do indicador. Para este ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano, o mercado financeiro reduziu sua previsão estável de 0,78% para 0,77%. Já para a taxa básica de juros, a Selic, as projeções subiram de 12,25% para 12,50% ao ano para o fim de 2023. Atualmente, a taxa Selic já está em 13,75% ao ano. O Copom também vem sinalizando de que os juros vão se manter altos por um período mais prolongado.
No cenário corporativo, as atenções seguem voltadas para os desdobramentos do caso da Americanas. No último sábado, a empresa divulgou a íntegra da decisão sobre um pedido de Tutela de Urgência Cautelar da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro. De acordo com o documento judicial, o montante de dívidas pode chegar a R$ 40 bilhões.
“Essa semana não promete ser tão “animada” assim, se depender do calendário econômico, com a divulgação de poucos indicadores relevantes. Dito isso, investidores por aqui devem seguir de olho nos desdobramentos do caso Americanas e no avanço da temporada de resultados corporativos relativos ao último trimestre de 2022 nos Estados Unidos”, comenta a equipe de analistas da Rico.
Já no cenário político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa do Fórum Econômico Mundial, que vai até o próximo dia 20, em Davos. Investidores estão atentos para possíveis sinalizações sobre a economia brasileira em discursos do ministro.
No exterior, em dia de feriado nos Estados Unidos – que leva as bolsas a não operarem -, o mercado aguarda pela divulgação de importantes dados econômicos na China na noite de hoje. O país asiático deve divulgar os números do PIB, produção industrial e vendas no varejo.
Ao longo da semana, ainda, investidores esperam pela inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na zona do euro, inflação ao produtor, vendas no varejo e produção industrial nos Estados Unidos, além da divulgação do Livro Bege – documento do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) que reúne informações importante sobre a maior economia do mundo.
Fonte: G1