“Dividendos” em cripto existem e pagaram até 10% em maio; veja riscos e ativos mais rentáveis
Staking remunera alto o investidor que topa manter criptomoedas na carteira — será que vale a pena o risco?
Poucos sabem, mas as criptomoedas, assim como ações, fundos imobiliários e alguns BDRs (Brazilian Depositary Receipts), também distribuem “dividendos” — ou pelo menos algo parecido.
No mercado cripto, o processo recebe o nome de staking, um método de renda passiva que cresceu com a chegada das finanças descentralizadas (DeFi) em 2020 e ganhou força em 2023, quando o Ethereum (ETH) concluiu uma atualização que agrega a funcionalidade.
A lógica por trás dos “dividendos” de criptoativos é similar à do mercado tradicional: o investidor compra tokens, os mantêm por um determinado período e, em troca, recebe uma remuneração.
Há, no entanto, algumas diferenças. No setor de ativos digitais, todo o repasse é registrado na blockchain via smart contracts (contratos inteligentes), que removem intermediários, como bancos e corretoras, e agilizam o mecanismo.
Por outro lado, o setor não é regulado e está cheio de golpistas querendo ganhar dinheiro fácil com projetos sem fundamento, o que eleva muito os riscos e os cuidados necessários na hora de investir.
“As proteções regulatórias que existem em outras classes de ativos não existem nas criptomoedas. Sua acessibilidade e natureza aberta são uma faca de dois gumes: por um lado, você pode se expor a tecnologias inovadoras, mas, por outro, pode ser vítima de hacks ou fraudes”, disse Rogelio Sada, cofundador e CEO da startup Ridian.
Cuidados e riscos
Para escolher direito e não cair em furadas, disse Sada, alguns fatores devem ser analisados pelo investidor antes de escolher um criptoativo que paga dividendo.
“Observar o histórico da equipe por trás de um projeto é um bom primeiro passo. Em seguida, verificar quem está apoiando/investindo é um segundo filtro comum. Se tiver investidores conhecidos ou tiver recebido subsídios de protocolos de criptografia, isso normalmente também é um bom sinal, o que significa que profissionais que entendem do espaço examinaram e aprovaram o projeto. Obviamente, é fundamental também entender qual é o objetivo do projeto”, falou.
Paulo Boghosian, head de research cripto da TC Pandhora, disse que receber taxa de juros no mercado de criptomoedas não é um tema trivial e nem para iniciantes, pois há diversas nuances a respeito.
De acordo com ele, o interessado precisa entender por que um protocolo está pagando aquela taxa e de onde está vindo o dinheiro para tal. Além disso, falou, é ideal conhecer as ameaças.
“O primeiro risco importante que o investidor precisa se preocupar é com o risco de mercado, de a moeda que ele coloca em staking se desvalorizar mais do que a taxa de juros que ele está recebendo. O segundo risco é entender se essa economia e esse mecanismo de incentivo de um token é sustentável”, disse.
“Há ainda um terceiro risco que é o de contrato inteligente. Há o risco de haver uma vulnerabilidade no código que permita hacks e ataques a esses protocolos, o que pode resultar em perda dessas moedas”, completou.
Fonte: InfoMoney