Carnaval deve gerar 24,6 mil vagas temporárias, diz CNC
25, janeiro 2023
Em relação a 2022, o aumento é de 62% no número de vagas. Já na comparação com 2021, o salto é de 284%. Blocos do carnaval de rua em Jundiaí
Prefeitura de Jundiaí/Divulgação
A demanda por serviços turísticos deverá abrir 24,6 mil vagas temporárias voltadas para o carnaval de 2023. A previsão é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Em relação a 2022, o aumento é de 62% no número de vagas. Já na comparação com 2021, o salto é de 284%.
São 9,4 mil postos a mais do que em 2021, mas 1,5 mil a menos que no último carnaval antes da pandemia (2020).
As funções com maior demanda devem ser cozinheiros (4,4 mil), auxiliares de cozinha (3,45 mil) e profissionais de limpeza (2,21 mil).
A maior quantidade de vagas temporárias durante o carnaval ocorreu em 2014, quando a proximidade do evento (em março daquele ano) com o Mundial de Futebol (em junho) estimulou a contratação de um contingente significativamente elevado de vagas.
Vagas temporárias no carnaval
Reprodução
Receita ainda está abaixo do pré-pandemia
A estimativa da CNC é que o carnaval movimente R$ 8,18 bilhões em receitas, valor 26,9% maior que no ano passado, mas 3,3% abaixo do registrado em 2020, último antes da pandemia.
Cerca de 85% da receita deve ser gerada por três segmentos: bares e restaurantes (com movimentação esperada de R$ 3,63 bilhões), transporte de passageiros (R$ 2,35 bilhões) e serviços de hotelaria e hospedagem (R$ 890 milhões).
Os demais 15% se dividem entre empresas de lazer e cultura (R$ 780 milhões) e outros segmentos, como aluguel de veículos e agências de viagem, por exemplo (R$ 530 milhões).
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o principal obstáculo ao restabelecimento das receitas ao nível pré-pandemia é o atual contexto econômico menos favorável.
“Os reajustes de preços de praticamente todos os segmentos, o aumento significativo da taxa de juros e o alto comprometimento da renda com dívidas fazem com que os gastos com lazer sejam comedidos, mas ainda assim consideravelmente maiores do que em 2021”, afirma.
Nos últimos 12 meses encerrados em dezembro, o preço das passagens aéreas acumulou alta média de 23,53%, de acordo com a inflação oficial (IPCA). Outros serviços demandados nesta época do ano como hospedagens (18,21%) e pacotes turísticos (17,16%) também tiveram reajustes acima da variação do nível geral de preços (5,79%).
“Frequentemente consumidos mediante parcelamento, a demanda por esses serviços esbarra nas condições atualmente menos favoráveis de crédito. A taxa média de juros dos empréstimos e financiamentos livremente obtidos por pessoas físicas atingiu 59% ao ano – maior patamar desde agosto de 2017 (62,3% ao ano). Esse fenômeno, aliado ao grau de endividamento historicamente elevado dos consumidores nos últimos meses, certamente se configura como um empecilho à expansão de gastos com lazer”, afirma a CNC.
Segundo a entidade, o carnaval é considerado o “Natal do turismo” brasileiro, que foi severamente impactado desde a decretação da crise sanitária em meados de março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por causa da pandemia e o consequente cancelamento do principal evento do calendário turístico brasileiro em diversas regiões do país nos dois últimos anos.
Fonte: G1