Publicidade

Americanas escolhe novo presidente após rombo bilionário

16, fevereiro 2023

Leonardo Coelho Pereira substitui Sergio Rial, que deixou o comando da companhia após a descoberta de ‘inconsistências em lançamentos contábeis’ de R$ 20 bilhões. Fachada de uma loja da Americanas.
Reuters
A Americanas anunciou nesta quarta-feira (15) Leonardo Coelho Pereira como novo diretor-presidente da varejista. O executivo foi escolhido pelo conselho de administração da empresa e já assumiu o cargo.
Ele substituiu o ex-presidente Sergio Rial, que decidiu deixar o comando da companhia após a descoberta de “inconsistências em lançamentos contábeis” de R$ 20 bilhões, no mês passado.
Com a definição, João Guerra, que ocupava o cargo de presidente interino, voltará a atuar como diretor de recursos humanos da empresa.
Em fato relevante divulgado na noite desta quarta, a Americanas também anunciou o engenheiro Antonio Luiz Pizarro Manso para o cargo de membro do comitê independente, em substituição a Vanessa Claro Lopes.
O comitê é responsável por apurar as circunstâncias que ocasionaram o rombo contábil da companhia, que hoje tem dívidas declaradas na casa dos R$ 43 bilhões e está em processo de recuperação judicial.
Quem é o novo presidente
A empresa descreve Leonardo Coelho como um executivo de “sólidas e bem-sucedidas experiências em empresas do setor de varejo, assim como em ambiente de consultoria de reestruturação, tendo exercido posições de liderança em empresas dominantes em seus segmentos”.
Ele atuou como sócio na Alvarez & Marsal desde 2011, na área de reestruturação, com passagens em vários segmentos econômicos, como varejo, agro, óleo e gás, construção e energia.
Antes disso, atuou por mais de dez anos em posições de CEO e CFO em multinacionais no Brasil e em países como Alemanha, Itália, Chile, Argentina e Uruguai.
Entenda o caso Americanas
A varejista enfrenta uma série de processos de investigação após o escândalo contábil reportado pela companhia no mês passado, quando descobriu “inconsistências em lançamentos contábeis” da ordem de R$ 20 bilhões.
A notícia deixou o mercado em polvorosa e fez com que o então presidente da companhia, Sergio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, deixassem a empresa menos de 10 dias após serem empossados.
A empresa entrou com pedido de recuperação judicial, que foi aceito no mesmo dia pelo juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro. A companhia está, agora, no chamado “prazo de blindagem”, um período de 180 dias no qual todas as suas dívidas ficam suspensas.
Os credores, no entanto, continuam defendendo seus casos na Justiça. Grandes bancos como o Bradesco e o Itaú tiveram seus lucros impactados diretamente pelo ‘efeito Americanas’. O Bradesco, por exemplo, registrou no quarto trimestre de 2022 o menor lucro trimestral desde 2006.
Veja a cronologia dos fatos.

Fonte: G1