Americanas: CEO diz que balanços contábeis estão sendo refeitos e empresa 'não pode mais errar'
28, março 2023
Leonardo Pereira participou de audiência no Senado e evitou antecipar resultados de investigação em curso. Americanas entrou em recuperação judicial após inconsistências de R$ 20 bilhões. O atual CEO das Lojas Americanas, Leonardo Pereira, disse nesta terça-feira (28) que a empresa “não tem mais capacidade de errar” e que todos os balanços da companhia estão sendo refeitos como parte das investigações em curso.
A declaração foi dada em uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado convocada para debater a crise das Americanas. Questionado, Pereira evitou antecipar resultados das apurações internas.
Em janeiro deste ano, a empresa entrou em recuperação judicial após declarar inconsistências fiscais de R$ 20 bilhões e uma dívida de R$ 43 bilhões. O caso gerou suspeitas de fraude e está sendo investigado.
O presidente da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento, também participou da audiência púbica nesta terça (28), e disse que o caso está sendo apurado em 12 processos administrativos e 2 inquéritos.
“A CVM montou uma força-tarefa com diversas superintendências para apurar esse episódio em cooperação com outros órgãos. A CVM está fazendo uso dos convênios com a Polícia Federal, com o Ministério Público Federal e, no que tange a sua atuação em juízo, a CVM está em constante diálogo da AGU, Advocacia Geral da União, por meio da PRF-2. Até o momento, foram instaurados 12 processos administrativos e 2 inquéritos administrativos”, disse Barroso.
Descoberta do problema
O ex-CEO das Americanas, Sérgio Rial, que também participou da audiência, afirmou que estava no comando da empresa no momento em que as inconsistências foram reveladas no dia 11 de janeiro.
Rial declarou que ficou 9 dias à frente da varejista, entre os dias 2 e 11 de janeiro. Após a revelação dos problemas contábeis, o executivo renunciou ao cargo.
Até dezembro de 2022, a empresa estava sob o comando de Miguel Gutierrez, que presidia a Americanas há 20 anos.
Rial diz que, para entender o funcionamento da empresa que passaria a comandar, passou a “se ambientar” nas Americanas entre setembro e dezembro de 2022.
O ex-CEO afirma que o antecessor, Gutierrez, era “centralizador” e não fez a sucessão devida.”No sentido de que as informações eram muito bem controladas por ele”, diz.
“O que claramente fica é que o presidente anterior, com vasta experiência como eu já mencionei, não fez a sua sucessão”, afirmou Rial.
O ex-CEO relatou ter trocado o comando do setor financeiro e pedido que diretores explicassem os dados apresentados por Gutierrez em dezembro de 2022. Segundo Rial, três dias após assumir, lhe foram demonstradas as inconsistências contábeis.
“No dia 4 de janeiro, na parte da manhã, dois diretores então, me fazem saber, me revelam que aquilo que era dívida bancária, que havia sido apresentado no dia 27 [de dezembro], não estava devidamente contabilizado na rubrica bancos no balanço”, disse.
Ou seja, a dívida bancária da empresa que no terceiro trimestre era R$ 19 bilhões. O número que eu vi nessa apresentação era o número de R$ 15,9 bilhões. A dívida bancária dessa empresa se torna de R$ 35/36 bilhões, com patrimônio líquido de R$ 16 bilhões e a partir daquele momento eu tenho absoluta consciência de que a empresa tem uma estrutura patrimonial de insolvência”, afirmou Rial.
Recuperação judicial
Em março deste ano, a Americanas entregou seu plano de recuperação judicial à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
A etapa faz parte do processo iniciado em 19 de janeiro, quando a empresa entrou em recuperação judicial. A medida busca manter a empresa em funcionamento, mesmo ela estando endividada.
Entre os planos da varejista está o aporte de R$10 bilhões de reais e a venda de bens, entre eles, uma rede de hortifruti.
“As Americanas têm ativos importantes, ativos interessantes, como hortifrúti, por exemplo, que são ativos que faziam sentido naquele contexto das Americanas do passado. Não faz mais sentido nesse contexto das Americanas hoje em recuperação judicial”, afirmou.
“O ativo continua bom. O ativo hortifrúti continua bom, assim como o ativo Americanas, mas, dentro de uma recuperação judicial, dentro de um processo de restruturação, é importante você estar leve, com a capacidade de agir rápido. Por isso, esses recursos também foram aportados dentro do conceito do plano de recuperação judicial, para que possam chegar aos seus credores no final do dia”, prosseguiu Pereira.
Demissões
Em seu plano de recuperação judicial, a Americanas declarou que pretende priorizar credores trabalhistas, microempresas e pequenas empresas em até 30 dias após a homologação do plano de recuperação judicial.
Durante a audiência, Pereira destacou também que não houve demissões em massa, nem o encerramento de lojas em massa. A empresa tem mais de 40 mil funcionários.
“Nós não fizemos nenhuma demissão que não sejam as demissões comuns do dia a dia. Não teve nenhuma demissão em massa, não teve nenhum encerramento de lojas em massa. O que tem é a cabeça muito focada em achar formas de recuperar o valor desse ativo”, afirmou o CEO.
A declaração foi dada em uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado convocada para debater a crise das Americanas. Questionado, Pereira evitou antecipar resultados das apurações internas.
Em janeiro deste ano, a empresa entrou em recuperação judicial após declarar inconsistências fiscais de R$ 20 bilhões e uma dívida de R$ 43 bilhões. O caso gerou suspeitas de fraude e está sendo investigado.
O presidente da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento, também participou da audiência púbica nesta terça (28), e disse que o caso está sendo apurado em 12 processos administrativos e 2 inquéritos.
“A CVM montou uma força-tarefa com diversas superintendências para apurar esse episódio em cooperação com outros órgãos. A CVM está fazendo uso dos convênios com a Polícia Federal, com o Ministério Público Federal e, no que tange a sua atuação em juízo, a CVM está em constante diálogo da AGU, Advocacia Geral da União, por meio da PRF-2. Até o momento, foram instaurados 12 processos administrativos e 2 inquéritos administrativos”, disse Barroso.
Descoberta do problema
O ex-CEO das Americanas, Sérgio Rial, que também participou da audiência, afirmou que estava no comando da empresa no momento em que as inconsistências foram reveladas no dia 11 de janeiro.
Rial declarou que ficou 9 dias à frente da varejista, entre os dias 2 e 11 de janeiro. Após a revelação dos problemas contábeis, o executivo renunciou ao cargo.
Até dezembro de 2022, a empresa estava sob o comando de Miguel Gutierrez, que presidia a Americanas há 20 anos.
Rial diz que, para entender o funcionamento da empresa que passaria a comandar, passou a “se ambientar” nas Americanas entre setembro e dezembro de 2022.
O ex-CEO afirma que o antecessor, Gutierrez, era “centralizador” e não fez a sucessão devida.”No sentido de que as informações eram muito bem controladas por ele”, diz.
“O que claramente fica é que o presidente anterior, com vasta experiência como eu já mencionei, não fez a sua sucessão”, afirmou Rial.
O ex-CEO relatou ter trocado o comando do setor financeiro e pedido que diretores explicassem os dados apresentados por Gutierrez em dezembro de 2022. Segundo Rial, três dias após assumir, lhe foram demonstradas as inconsistências contábeis.
“No dia 4 de janeiro, na parte da manhã, dois diretores então, me fazem saber, me revelam que aquilo que era dívida bancária, que havia sido apresentado no dia 27 [de dezembro], não estava devidamente contabilizado na rubrica bancos no balanço”, disse.
Ou seja, a dívida bancária da empresa que no terceiro trimestre era R$ 19 bilhões. O número que eu vi nessa apresentação era o número de R$ 15,9 bilhões. A dívida bancária dessa empresa se torna de R$ 35/36 bilhões, com patrimônio líquido de R$ 16 bilhões e a partir daquele momento eu tenho absoluta consciência de que a empresa tem uma estrutura patrimonial de insolvência”, afirmou Rial.
Recuperação judicial
Em março deste ano, a Americanas entregou seu plano de recuperação judicial à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
A etapa faz parte do processo iniciado em 19 de janeiro, quando a empresa entrou em recuperação judicial. A medida busca manter a empresa em funcionamento, mesmo ela estando endividada.
Entre os planos da varejista está o aporte de R$10 bilhões de reais e a venda de bens, entre eles, uma rede de hortifruti.
“As Americanas têm ativos importantes, ativos interessantes, como hortifrúti, por exemplo, que são ativos que faziam sentido naquele contexto das Americanas do passado. Não faz mais sentido nesse contexto das Americanas hoje em recuperação judicial”, afirmou.
“O ativo continua bom. O ativo hortifrúti continua bom, assim como o ativo Americanas, mas, dentro de uma recuperação judicial, dentro de um processo de restruturação, é importante você estar leve, com a capacidade de agir rápido. Por isso, esses recursos também foram aportados dentro do conceito do plano de recuperação judicial, para que possam chegar aos seus credores no final do dia”, prosseguiu Pereira.
Demissões
Em seu plano de recuperação judicial, a Americanas declarou que pretende priorizar credores trabalhistas, microempresas e pequenas empresas em até 30 dias após a homologação do plano de recuperação judicial.
Durante a audiência, Pereira destacou também que não houve demissões em massa, nem o encerramento de lojas em massa. A empresa tem mais de 40 mil funcionários.
“Nós não fizemos nenhuma demissão que não sejam as demissões comuns do dia a dia. Não teve nenhuma demissão em massa, não teve nenhum encerramento de lojas em massa. O que tem é a cabeça muito focada em achar formas de recuperar o valor desse ativo”, afirmou o CEO.
Fonte: G1