Mais de 6 mil famílias participam de celebração em Campo Grande
De crianças a idosos, milhares de católicos se reúnem para comemorar feriado tradicional na Capital; pais relatam importância de levar crianças para evento
No segundo ano em que a procissão de Corpus Christi voltou às ruas, as solenidades foram marcadas pela forte presença de famílias, desde pais que levaram filhos de 1 mês até mulher que levou a irmã de 93 anos para celebrar a fé.
Milhares de católicos participaram da tradicional missa e procissão pelos tapetes de Corpus Christi na tarde de ontem, em Campo Grande. O público da missa foi estimado em 6 mil pessoas. Já para a procissão, a estimativa era de 40 mil pessoas.
Neste ano, as celebrações de Corpus Christi começaram pela manhã, com a confecção dos tapetes.
A missa, celebrada pelo arcebispo dom Dimas Lara Barbosa, começou às 15h, seguida pela procissão sobre os tapetes até a Avenida Fernando Corrêa da Costa, onde houve encerramento com benção e show de Missionário Shalom.
O arquiteto Érico Ferreira Riquelme, de 32 anos, participa da celebração de Corpus Christi há 15 anos e estava acompanhado das filhas, uma de 1 ano e uma de 1 mês.
“A importância [de levar as crianças] é dar testemunho da fé e também mostrar para elas que a Igreja é viva, que a Igreja é una e que esse dia é um dia muito importante, porque é um dia em que Cristo instituiu a Eucaristia, que logo após, na sexta-feira, ele deu sua vida por nós, e esse dia é um dia importante, a gente celebra esse sacramento de salvação, para nós é um sacramento de salvação”, disse.
Alan Cruz, de 26 anos, também foi com a família para a celebração. Ele estava com cinco crianças, de 6 meses, 5 anos, 6 anos, 9 anos e 10 anos, e com a bisavó. Ele ressaltou a importância da família caminhar junta na Igreja.
“Como o padre Paulo Ricardo diz, uma semente tem de ser plantada na criança desde cedo, para que frutifique. Então, a Igreja vai crescer, vai regar e, um dia, vai ter um fruto que é se manter na fé ou, pelo menos, conhecer pelos pais o caminho da fé”, ressaltou.
Alan Cruz conta ainda que, quando criança, também participava das festividades da Igreja acompanhado dos pais. Mesmo ficando um tempo afastado, retornou e já participa do Corpus Christi há dois anos.
“Deus me alcançou novamente e eu acabei me convertendo. Como sei que é uma coisa boa, as crianças têm de estar juntas [com a família]”.
Rosângela Kirsche, de 44 anos, faz parte de um grupo de oração na Igreja São Judas Tadeu e, além das colegas do grupo, estava com as duas filhas, que a acompanham desde quando eram bebês.
“É como a gente sempre diz: o falar ensina, mas o exemplo arrasta. Então, se você leva o seu filho à Igreja, se você vai com o seu filho à Igreja, é natural para ele estar nesses dias, nessas celebrações, e eles vão tomando gosto pelo sagrado, pela Igreja, e colhem os frutos quando crescem”, afirmou.
Rafaela Harumi, de 12 anos, confirma os relatos das famílias, dizendo que “é muito bom” participar desde cedo. “Eu gosto de vir para a Igreja e participar bastante, é legal para mim, eu gosto de estar aqui”, disse a adolescente.
Além das crianças, também há famílias que participam juntas há vários anos. Marli Rodrigues, de 79 anos, estava com a irmã, de 93 anos, e disse que ambas vão à missa e às procissões de Corpus Christi há tanto tempo que nem se recorda desde quando.
“Nos outros anos, era lá em cima [Avenida Mato Grosso com Rua 14 de Julho], e eu sempre fui”, relatou.
Corpus Christi
Na religião católica, no dia de Corpus Christi é celebrado o mistério da Eucaristia e o sacramento do corpo e do sangue de Jesus Cristo.
A celebração é uma referência à Quinta-Feira Santa, quando se deu a instituição da Eucaristia, durante a última ceia de Jesus Cristo com os apóstolos.
É uma homenagem à Eucaristia. Esse sacramento do catolicismo é realizado como uma forma de relembrar a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.
Neste sacramento, o pão que é consumido representa o corpo de Cristo, e o vinho ingerido simboliza o sangue de Cristo.
A realização da Eucaristia é uma referência à última ceia, realizada por Cristo com seus discípulos durante a Semana Santa, e à ordem de Cristo (conforme a simbologia citada) de consumir o pão e o vinho em sua memória.
Ainda dentro da teologia católica, acredita-se que na Eucaristia ocorre algo conhecido como transubstanciação, na qual os elementos (hóstia e vinho), após serem consagrados, transformam-se, em essência, na carne e no sangue de Cristo.
Em 2020 e 2021, a tradicional celebração do Corpus Christi foi adaptada em razão da pandemia de Covid-19.
Em 2020, não houve procissões e confecção de tapetes e as missas foram realizadas on-line, com transmissão ao vivo pelas redes sociais.
Já em 2021, os tapetes foram confeccionados pelas pastorais dentro do pátio das Igrejas, e não nas ruas. As celebrações foram realizadas presencialmente e a distância, e as procissões foram apenas em carreata.
Já no ano passado, a missa e a procissão voltaram às ruas, mas com mudança de local.
Tradicionalmente, a missa era realizada na Rua 14 de Julho, esquina com a Avenida Mato Grosso, e a procissão sobre os tapetes percorria a Rua 14 de Julho até a Avenida Fernando Corrêa da Costa.
Desde o ano passado, a missa passou a ser realizada na Praça do Rádio Clube, com procissão percorrendo trecho da Avenida Afonso Pena e da Rua 13 de Junho até a Avenida Fernando Corrêa da Costa, onde há benção e show.
Fonte: Correio do Estado